
Dez horas da manhã e sem grandes planos, fomos para a zona oeste. Dia solarengo com um vento estranho que, aparentemente, pedia um casaco. Acabámos por perceber que não, aliás, se não fosse o vento, o protector solar factor 50+ não ia chegar.
Assim, este tinha de ser um dia para passear e aquela zona tem sítios perfeitos para isso.
Lembrámo-nos da Quinta do Arneiro, que eu já conhecia pelos cabazes. Sabia que tinham um restaurante com uma promessa 100% biológica e ali estavam todos os factores que o dia assim pedia.
Na zona da Azueira, Mafra, encontrámos uma entrada discreta onde a paisagem de árvores de pêra rocha em flor era prometedora.
Não reservámos mesa no restaurante mas fomos cedo, o que possibilitou ter mesa para as 12h30. Informaram-nos que estavam cheios e isso confirmou-se, desde que nos sentámos até que saímos chegaram mais e mais pessoas. Portanto, façam reserva.

No entretanto, fomos passear à quinta.

Não estava a dar para parar de tirar fotografias. O meu telemóvel já estava a pedir-me para gerir a memória nas definições e eu geri a situação muito bem ao tirar mais ainda.
Houve ali um sentimento possessivo, de pertença, em relação àquilo tudo. Quem não tem um “sonho de menino” igual ao do Tony por concretizar.

Desde o sítio das ervas aromáticas, passando pelas estufas e pela imagem épica da couve-roxa por colher, até à paisagem de árvores de pêra rocha em flor de perder de vista, cenários idílicos e com demasiados pormenores a reter para uma curta visita. Tivemos a sorte de apanhar a Luísa - a raíz mais enraizada da quinta que impulsionou este projecto da Quinta do Arneiro - que convidou-nos a acompanhá-la numa visita às estufas; tivemos o azar de ter de sair antes para apanhar a mesa reservada.



No restaurante, estamos diante de uma decoração tosca, limpa e minimalista. Seja lá o que isto for, é como adjectivo a experiência.



Havia à escolha um menú de carne e um menú vegetariano, onde o prato principal diferia. Nestes menús, quatro coisas deixaram-me pasmado.

Em primeiro lugar, aquele tofu fumado é um grande “turn" daquele cardo-verde cheio de sabor.

Depois desta surpresa, a acompanhar as pataniscas de acelgas havia uma salada de couve-flor, rábano, maçã e passas em que os sabores faziam sentido e, acima de tudo, faziam com que qualquer não apreciador de passas, ficasse a gostar de passas (palmas!).

De seguida, havia um sublime alho-francês grelhado no prato de vitela assada que nos faz pensar que há muito mais vida para lá do hipermercado.

Por fim, aquele arroz-doce cremoso com leite de côco é realmente cremoso e, acredito, talvez com menos açúcar do que o tradicional; havia algo naquele arroz que nos intrigou, algo verde que tivemos de perguntar o que era; era banana com espinafres e acreditem… resulta! Eu quero ir a mais casamentos como este!

Após este almoço, nada melhor que visitar a mercearia biológica que fica mesmo ali ao lado do restaurante.



Ali, depois de provar, o próximo passo é comprar e fazer em casa. Comigo resultou nisto:

Acelgas, rúcula, espinafres da Nova Zelândia, batatas-doces e couve Kale. Esta semana vou experimentar.
Isto é uma experiência a repetir e que aconselho; o envolvimento dos que ali estão é visível. A simpatia também!
Visitem e levem as crianças. Faz todo o sentido (e há uma casa à medida dos mais pequenos para brincar, vão descobrir onde!).
Muitos produtos biológicos para todos!
p.s.: eu sou fã de rúcula e peço-vos que comprem rúcula biológica para provar. Peço-vos, por favor! Se não gostarem devolvo o dinheiro (só que não).